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MERGULHADORES DA ARMADA E O NAVIO DE SALVAMENTO NRP "PATRÃO LOPES"

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Navio de Salvamento NRP "Patrão Lopes"

          O Navio de Salvamento NRP "Patrão Lopes", antigo Navio de Salvação Alemão "Newa" requisitado no Porto de Lisboa a 23 de Fevereiro de 1916 pelo Governo Português, de Julho de 1927 a 29 de Fevereiro de 1936 (data em que se afundou na área do Farol do Búgio e, curiosamente data bissexta em ano bissexto), empregou nas suas missões de Salvação Marítima, inclusivo na tentativa de salvamento do próprio navio, Mergulhadores da Armada.


























Mergulhadores da Armada tentam salvar o Navio de Salvamento NRP "Patrão Lopes" (Fotos cedidas pela Escola de Mergulhadores)
 
          Estes Mergulhadores era dotados de escafandros clássicos semi-autónomos de circuito aberto "SIEBE GORMAN", conhecidos na gíria naval por «Cabeçudo», para efectuar mergulho até à profundidade de 50 metros.
          Trata-se de um equipamento de mergulho constituído por:
- Capacete de bronze;
- Romeira;
- Fato impermeável em lona recauchutada revestida;
- Mangueira de ar;
- Cabo telefónico;
- 02 pesos de chumbo [peito e costas / 18 kg ao todo];
- Botas com solas de chumbo [18 kg].



















Fotos ilustrativas de um equipamento de mergulho escafandro clássico
 
          Os Mergulhadores destacados a bordo do NRP "Patrão Lopes" foram utilizados sobretudo para recuperação de material afundado, colocação de cargas explosivas (TNT e dinamite) para destruição de navios afundados em locais que constituíam perigo para a navegação, mas também em trabalhos submarinos que exigem uma posição vertical (corte, soldadura e cravação).

Principais características do navio:
- Deslocamento máximo: 1.100 toneladas
- Dimensões: 49 x 7,8 x 4,2 metros 
- Propulsão: 01 máquina a vapor Rostocker de 500hp / 2 veios
- Velocidade Máxima: 10 nós
- Guarnição: 63 militares (03 Oficiais e 60 Sargentos e Praças)
- Armamento: (inicialmente) 01 peça de 76mm, mais tarde substituída por 02 peças de 90mm.

CADERNOS DO IESM - LIDERANÇA ESTRATÉGICA E PENSAMENTO ESTRATÉGICO. COMPETÊNCIAS NUCLEARES

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 Resumo do Livro Liderança Estratégica e Pensamento Estratégico. Competências Nucleares.
 
          As instituições militares modernas necessitam de líderes estratégicos conscienciosos e conhecedores, aptos e experientes, capazes de desenvolver uma visão do futuro, criando-o e antecipando-o; pensadores de alto nível, capazes de operar em ambientes complexos e ambíguos. O imperativo de uma eficiente e eficaz liderança estratégica dos Ramos e das Forças Armadas, como pilar essencial da sociedade democrática, justificam a importância e pertinência deste livro sobre “Liderança Estratégica e Pensamento Estratégico. Competências Nucleares”.
          Os líderes competentes das instituições militares modernas são uma garantia de vida dos seus subordinados, em guerra, e da sua instituição, em paz, pelas suas elevadas capacidades e competências na abordagem de tarefas abstratas, diferentes, de longo prazo e de grande complexidade cognitiva.
          A liderança estratégica refere-se à criação de um sentido que guia a formulação estratégica e a sua implementação nas organizações. As competências do líder estratégico podem ser atribuições, qualificações, traços, características pessoais, comportamentos ou ações e todas elas contribuem para promover uma mudança num contexto competitivo, com excesso de informação e de tecnologia num ambiente descritivo e configurativo.
           Com o propósito de desenvolver um modelo de liderança estratégica para as Forças Armadas portuguesas que relacione o pensamento estratégico e permita extrair as competências nucleares do líder estratégico, foi preciso examinar conceptualmente, quais as principais qualidades, características, indicadores e competências que se afiguram fundamentais e efetivas para que a liderança estratégica seja exercida com sucesso. O estudo faz uma abordagem conceptual da liderança estratégica e do pensamento estratégico. Extrai, através de entrevistas e análises, informação sobre os desafios futuros dos Líderes Estratégicos (LE), suas competências nucleares, descritores comportamentais (indicadores de LE), barreiras e opções de promoção ao pensamento estratégico. O objetivo foi encontrar e validar um modelo que contribua para que os futuros líderes estratégicos militares portugueses aprendam, adquiram e desenvolvam um conjunto de princípios e atitudes necessárias a uma bem-sucedida liderança estratégica. No final desta investigação, encontrará um modelo original de valor e utilidade para as Forças Armadas portuguesas, validado através de um questionário. O modelo evidência um líder estratégico capaz de desenvolver um futuro idealizado, formulando, através de correlações intelectuais, emocionais, cognitivas e sociais, uma estratégia pensada e focada num futuro onde os recursos são perfeitamente talhados, com critério, sabedoria, rigor, atitude e conhecimento. O modelo obtido, original e novo, designado por “BEM” (Biolíder Estratégico Militar), aponta para um conjunto de competências nucleares, ou essenciais, e um conjunto de competências críticas, todas relacionadas com as funções biológicas do ser humano, daí o nome. Essas competências nucleares são as seguintes:
          - Ter Carisma (Ética, valores, ter impacto e influência nas pessoas);
          - Saber pensar, formular e planear uma estratégia. Saber decidir entre duas coisas certas e tomar decisões com risco. Ponderar com sabedoria;
          - Ter energia, física e mental, dinamizadora, orientada para gerir e controlar os objetivos e para cumprir a missão;
          - Conhecer bem os sistemas organizacionais e pensar estrategicamente. Saber fazer reengenharia organizacional focada na eficácia, eficiência e efetividade;
          Foram também obtidas as seguintes competências críticas, relevantes para o modelo:
          - Ter e saber comunicar uma influência idealizada, um rumo, uma visão de “alfaiate” e saber adequar os recursos ao futuro desejado;
          - Saber negociar, influenciar e obter consensos;
          -Ter inteligência (pensamento analítico, conceptual, abordagem sistémica e multidisciplinar);
          - Estimular individualmente os membros, considerá-los e desenvolvê-los, potenciando talento e construir valor humano, através de interação pessoal individualizada e descentralização estratégica;
          - Construir e desenvolver, com mestria, astúcia, sensatez e tato, redes sociais e relações exteriores de influência e apoio.
          Finalmente, das correlações obtidas entre as competências nucleares e críticas e as barreiras e opções de promoção ao pensamento estratégico, foi possível perceber que estas têm impacto no seu desenvolvimento, daí que têm de ser consideradas, como implicação prática, em programas de formação e ensino, desde o primeiro momento, no ingresso à Escola Naval e Academias , e depois, num segundo momento, em programas de autoconhecimento, formação continua e desempenho funcional prático, como forma de eliminar barreiras e potenciar opções de promoção do pensamento estratégico. A mentoria e a modelação de comportamentos de enquadramento e socialização, a formação contínua e a prática, com mentoria, de funções de comando e direção, e programas de desenvolvimento de autoconhecimento, ajudarão o LE a sincronizar a sua eficácia pessoal com a da organização, garantindo o eficaz, eficiente e efetivo cumprimento da missão e a perenidade da instituição militar.

FILME DO PROCESSO DE ABATE AO EFECTIVO DE 03 CHAIMITES V-200 DOS FUZILEIROS

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          Inseri no canal de youtube do blogue um vídeo sobre a fase final do processo de abate ao efectivo de 03 Chaimites V-200 dos Fuzileiros, traduzindo-se no seu reboque para a Secção de Inúteis Direcção de Abastecimento da Marinha e respectivo desmanche.
          Para além das 03 Chaimites (AP-19-35 / AP-19-36 / AP-19-37), é possível observar a famosa Berliet-Tramagal GBC dos Fuzileiros modificada para desempenhar as funções de reboque com guincho (AP-18-14) e, uma viatura ligeira Todo-o-Terreno Volkswagen Iltis da Marinha Portuguesa. 
          Agradeço ao Comando do Corpo de Fuzileiros a cedência das imagens e constante disponibilidade, e ao SAJ FZ Rogério Pinho Silva pelo registo histórico efectuado:
 
Artigo sobre a Chaimite V-200 "ARMADA 90" dos Fuzileiros:
 
Filmes sobre a Chaimite V-200 "ARMADA 90" dos Fuzileiros:

VIAGEM DE CIRCUM-NAVEGAÇÃO DE 1960 DO CURSO DA ESCOLA NAVAL "D. LOURENÇO DE ALMEIDA"

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          Último filme de 8mm a cores no canal de youtube deste blogue, cedido pelo Cte. José Rodrigues de Oliveira (CMG M FZE REF), filmando excertos da viagem de circum-navegação de 1960 do Curso da Escola Naval de 1958 "D. Lourenço de Almeida", a bordo do Aviso de 1.ª classe F470 “NRP Afonso de Albuquerque”.
          É possível observar atracado algures o Porta-aviões britânico RO8 "HMS Bulwark" da classe "Centauro" e, fundeados ao largo de Mormugão dezenas de navios-mercantes e dois navios da Marinha de Guerra Portuguesa: Aviso de 2.ª classe F477 "NRP João de Lisboa" da classe “Pedro Nunes” e o Aviso de 1.ª classe F471 "NRP Bartolomeu Dias" da classe "Afonso de Albuquerque", o filme termina com a banda de bordo a tocar.
 

FOTOS DO DIA DO FZ 2015

HISTÓRIA À VISTA - 40

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          Mais uma "História à vista", da autoria do VALM REF Adriano de Carvalho, redigidos em formato de Resenha Histórica do seu percurso profissional.
 
CAPÍTULO N.º II: "Fragata Corte Real"

          A minha comissão na Escola de Mecânicos terminou em Fevereiro de 1957 para voltar à América e fazer parte da guarnição de uma das duas fragatas que os EUA nos iam ceder ao abrigo da Nato e que veio a ser a “Corte Real”.
          Foi assim que nos primórdios de 57, embarquei certo dia, como mais antigo de parte da guarnição, entre os quais o Garcia Dias, e mais alguns Sargentos e Praças num avião “Constelation” fretado à Air France, com destino a New York. A viagem correu bem até às proximidades de Gandara, na Terra Nova, depois de termos feito escala em Sta. Maria.
          Passámos então pelo susto causado por uma tempestade de neve. O Comandante do avião veio falar comigo, em segredo, que devido à tempestade estava impedido de aterrar em Gandara na Terra Nova e que ia tentar fazê-lo numa base americana no Norte da Ilha, por ser a única que dava assistência electrónica a aterragens sem visibilidade. Perguntei-lhe se tal não fosse possível qual era a alternativa. Respondeu-me que não havia gasolina para mais! Só contei a situação ao Garcia Dias para não alarmar mais ninguém.
          Lá conseguimos com grande perícia do Comandante aterrar numa pista cheia de neve que apenas ficou visível a escassos metros, depois de uma fase de grande incerteza e preocupação. No dia seguinte voámos então para Nova Yorque. Aqui a Navy meteu-nos num avião muito ronceiro com destino a S. Francisco.
          Quando olhei para aquele avião tive sérias dúvidas se ele conseguia levantar voo. Efectivamente só no fim da enorme pista do aeroporto conseguiu deslocar e lá subiu muito a custo. Não passava de um cargueiro onde tinham sido posto algumas cadeiras. Fizemos uma escala em Oklaoma e depois ao atravessar as Montanhas Rochosas, apanhámos um poço de ar que nos pôs em queda livre por mais de 1000 metros e nos encostou o estomago à boca.
          Ao fim de mais de 18 horas de voo lá chegámos finalmente a S. Francisco, onde se encontravam os dois navios. Aí estivemos cerca de três meses numa situação curiosa. Os navios continuaram a ser americanos durante algum tempo e a guarnição era mista, ou seja, americana e portuguesa em partes sensivelmente iguais. Foi uma experiência inédita e devo dizer que pelo menos no meu navio que se chamava US “Mc Coy Reynolds”, tudo correu pelo melhor. Os americanos eram tipos simpáticos e convidavam-nos para as suas actividades sociais extra-serviço, especialmente para os partys em que levavam as respectivas mulheres.
          Diga-se de passagem que eles eram quase todos “warrant officers” (milicianos) e tecnicamente quem aguentava o navio eram os sargentos-chefes que de facto eram bons. Até que certo dia a bandeira mudou e os navios passaram a ser os NRP’s “Corte Real“ e “Diogo Cão”. No entanto tudo continuou na mesma e apenas se começou a beber cerveja a bordo, metida na cantina, coisa proibida nos navios americanos.
          Lembro-me que o funcionário americano do detalhe que era muito útil para requisitar sobressalentes (sabia os “stocks numbers” quase de cor) passou a render muito mais, porque tinha sempre uma cerveja à mão e em vez de sair às 5 da tarde só saía às oito. O pior é que teve a triste ideia de se gabar para os camaradas dos navios próximos.
          A coisa chegou aos ouvidos do Almirante americano Comandante da Base e saiu a ordem que os marinheiros americanos, mesmo nos nossos navios, não podiam beber bebidas alcoólicas. As refeições também passaram a ser da nossa alçada, mais gordurosas e os americanos gostavam, mas começaram todos a engordar…
          E o tempo foi-se passando alegremente, até porque os Oficiais americanos que tinham vindo com o navio do Havai, andavam sempre em partys. Já o mesmo não sucedia na “Diogo Cão” onde todos eram mais “chatos”, americanos e portugueses. No meu navio estavam também o Silvano Ribeiro, o Ramos de máquinas etc. O Imediato era o Cten. Patacho e havia boa disposição.
          Entretanto o período de três meses de transmissão dos navios chegou ao fim e tivemos que deixar S. Francisco, cidade muito interessante, um pouco semelhante a Lisboa e também assente em sete colinas e com uma ponte igual à nossa. Tive pena e também perdi o prazer de alguns fins-de-semana que passava em casa de um tio meu, emigrante já nacionalizado, que morava em Antioch, a 100Km de S. Francisco.
          Seguimos já entregues a nós próprios para S. Diego, onde teve lugar o treino básico durante cerca de um mês. Foi trabalhoso e rigoroso, mas tínhamos os fins-de-semana para espairecer e era fácil encontrar raparigas simpáticas. Por vezes atravessava-se a fronteira até ao México que era próximo. Só foi triste que o Comandante da “Diogo Cão” (Com. Teixeira) fosse uma negação para a manobra o que nos envergonhou algumas vezes, ao contrário do meu (Com. Vieira Lopes) que era muito mais desembaraçado.
          Metendo mais um parêntese, lembro-me de que todas as tardes aparecia uma senhora já “entradota” mas muito bem vestida e conduzindo um “Buik”, para vir buscar um dos nossos cozinheiros que não percebia nada de inglês. Lá se entendiam não sabemos como. O pior é que mais tarde pediu para falar com o nosso Imediato para pedir em casamento a mão do nosso cozinheiro!
          O Patacho fez-lhe saber que o cozinheiro era casado, pelo que a senhora teve um grande choque e desgostosa nunca mais apareceu. O cozinheiro ficou assim sem os seus frequentes passeios…
          De resto em S. Diego também se passou um tempo agradável nas folgas e tivemos ocasião de contactar a colónia portuguesa na Califórnia que ao contrário da existente na costa oeste (New Wark), era bastante próspera e com base em gente da Madeira.
          Houve também uma cerimónia de inauguração da estátua do navegador português Cabrillo que ao serviço da Espanha foi o descobridor da Califórnia. Para esta cerimónia já esteve presente o Alm. Sarmento Rodrigues, que veio para comandar o grupo das duas fragatas. Era um homem afável e eficiente que simpatizou comigo, até porque muitas vezes lhe servi de intérprete com os americanos.
          Foi aí que o Ten. Parente conheceu a futura mulher, uma luso-americana, que ele namorava levando o casaco à sport do Garcia Dias. Largámos com algumas saudades de S. Diego e havia que cumprir então um programa de visitas de agradecimento aos pequenos países da América Central que ainda votavam por nós na ONU, no problema emergente da descolonização.
          Assim visitámos a Guatemala, S. Salvador, Manágua, Costa Rica, Panamá e depois já no Atlântico, S. Domingos, Cuba e finalmente chegámos a Norfolk onde teve lugar um grande desfile naval internacional, comemorativo do 2.º Centenário da chegada dos primeiros colonos ingleses à América (Virgínia).
          Todos os países latinos visitados mostravam à evidência o seu subdesenvolvimento e já nessa altura havia conflitos entre eles. No entanto em S. Domingos, ofereceram-nos um Party animado pelo grupo de baile da Banda da Marinha que nos tinha recebido no cais à chegada. Na nossa retribuição pedimos o empréstimo do grupo, de que resultou outro party de arromba. O nosso Imediato descobriu que quanto mais cerveja dava aos músicos, mais e melhor tocavam.
          Daí que já em Norfolk, depois do desfile naval, no sábado seguinte, em que pelo programa, todos os navios atracados ofereciam party’s aos visitantes civis, se tivesse apresentado voluntariamente ao nosso Imediato o referido grupo de baile, (abandonando as suas fragatas) no fito de mais cerveja…
          Resultou então que o party dos nossos navios foi o mais famoso e teve honras de reportagem da revista Time, com fotografias e tudo. Daqui aconteceu que uma “amiga da onça” cá em Lisboa, fosse mostrar a revista à minha cara metade, onde eu aparecia a dançar com uma americana, fazendo as honras da casa, como era meu dever…
          Vem ainda a propósito dizer que gostei de Havana, onde ainda não tinha aparecido o barbudo do Fidel, e a cidade era uma estância de turismo dos americanos, com muitos casinos e locais de divertimento. Apareceu-me lá com o seu carro, uma moça bonita mas gordinha que aparentava ser bastante rica e que me quis conhecer por ter visto a minha fotografia num jornal qualquer e me achar bastante parecido com um seu irmão. Convidou-me para vários clubes chiques de dança (ao ar livre com frondosas palmeiras) mas sempre acompanhada da chaperon. Mais tarde fiquei a pensar o que teria acontecido a essa gente com a revolução em Cuba.
          Após os festejos de Norfolk, apareceu-nos a bordo uma missão americana a informar que havia um programa de modernização dos navios da nossa classe, incluindo novos radares, novo mastro e remodelação do CIC. Propunham entregar o material e os “blue prints” e nós trataríamos da respectiva instalação em Lisboa. Respondemos que isso a ser feito em Lisboa no nosso Arsenal levaria à paragem dos navios por mais de um ano enquanto no Arsenal de Norfolk não levaria mais de dois meses. A nossa tese (minha e do Wagner que era o electrónico da (D. Cão) acabou por convencer os americanos.
          Para tal foi muito importante a ajuda do Alm S. Rodrigues. Lá passámos o verão em Norfolk, com bastante calor a bordo, já que os navios estavam mal concebidos para o verão e a respeito de conforto eram fraquinhos, pois tinham sido feitos em série para a guerra. Vi pela primeira vez ser aplicado o método Pert na Navy. Com efeito o planeamento dos dois meses destinados aos fabricos foi cumprido à risca.
          Apareciam a bordo os operários “capitalistas” de que os nossos marujos diziam fazerem mais cera que os nossos do Arsenal do Alfeite. De facto eles tinham umas tantas horas para fazer o trabalho que lhes estava destinado e uma vez feito, ficavam na conversa connosco e a fumar charuto até à hora da saída. Não podia ser mesmo de outra forma se não “interpigaitavam” o sistema.
          Quanto à vida social em Norfolk era fraca já que a terra se resumia a pouco mais do que a Base Naval. Apesar de tudo havia um grupo de moças que de vez em quando apareciam pela C. Real com grande inveja da D. Cão.
          Findo o tempo dos fabricos largámos finalmente, ao fim de nove meses de América, com destino a Lisboa via P. Delgada. Começou então uma vida de bastantes saídas para exercícios nacionais e Nato. Mantive-me na C. Real até aos fins de Novembro de 1958, tendo sido louvado pelo Com. Vieira Lopes de que também fiquei amigo. Foi um navio de que guardo também saudades e até porque tínhamos uma Câmara de Oficiais bons camaradas, como era o caso do Eng. Ramos, o Garcia Dias, o Silvano Ribeiro, o Eng. Melo Sampaio, o Parente, o Patacho, etc.

EXPOSIÇÃO DE VIATURAS ANTIGAS DA MARINHA NO "DIA DO FUZILEIRO 2015"

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          No passado dia 04 do corrente mês, realizou-se na Escola de Fuzileiros o "Dia do Fuzileiro 2015", tendo a DT - Direcção de Transportes da Marinha participado no evento com 18 viaturas da sua colecção do "Núcleo Museológico de Viaturas Antigas da Marinha" numa Exposição.
          Cumpre-me agradecer ao Subdirector da DI, Cte. Ramalho da Silva (CFR FZ) e aos seus restantes camaradas da DT que tornaram possível a exposição em apreço, a sua dedicação que muito contribuiu para abrilhantar o "Dia do Fuzileiro 2015"! 
 
          As características da maioria das viaturas já se encontram descritas no seguinte artigo deste blogue - NÚCLEO MUSEOLÓGICO DE VIATURAS ANTIGAS DA MARINHA:





















I MODELFUZOS - EXPOSIÇÃO DE MODELISMO NA ESCOLA DE FUZILEIROS

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          No dia 04 de Março, durante o "Dia do Fuzileiro 2015" na Escola de Fuzileiros e a par da Exposição de Viaturas Antigas da Marinha, decorreu uma Exposição de Modelismo - a I MODELFUZOS.
          Esta exposição abrangeu modelos à escala associados à Marinha de Guerra Portuguesa, Fuzileiros Navais e Modelismo Naval, num total de 41 modelos expostos.
          Foi coordenada pelo CCF, Comando da Escola de Fuzileiros e pela Associação de Fuzileiros, contando com um inestimável contributo e apoio organizacional da AMA - Associação de Modelismo de Almada. 
          A exposição esteve presente na Sala-Museu dos Fuzileiros durante 07 horas, recebendo 888 visitantes, na sua maioria Fuzileiros, respetivos familiares e amigos, fazendo as delícias de miúdos e graúdos!
          Nunca será demais agradecer à "Task-force" de modelistas da AMA e ao seu Presidente CFR FZ (SEP) Silva Rocha,  o seu empenho no evento e a aposta em demonstrar a sua actividade com elementos da AMA a montar kits de modelismo em bancas e, às entidades que igualmente facultaram modelos para a exposição: Associação de Fuzileiros, Associação de Modelismo de Almada, Associação Naval Sarilhense, Museu de Marinha e modelistas a título particular.
          Da minha parte foi gratificante ter tido a oportunidade de conversar com alguns visitantes da exposição, nomeadamente antigos Fuzileiros da década de 60, que ao apreciar os modelos recordaram-se dos LVT-4's, sendo sempre interessante escutar os seus testemunhos e "histórias" para efeitos do livro sobre "As viaturas Anfíbias dos Fuzileiros" (LVT-4 / Chaimite / LARC-V). 
 


 A "Task-Force" da AMA, com o seu Presidente e o modelista SAJ Amaral Laranjeira
 
Elementos da AMA em demonstração de actividades (montar kits de modelismo)
 
Quanto aos modelos presentes na I MODELFUZOS, eram oriundos das seguintes entidades.
MODELOS DO MUSEU DE MARINHA:
 
- Muleta do Seixal
- Canoa da Picada
- Fragata do Tejo
- Torpedeiro n.º 1
- Vedeta dos Serviços Marítimos
 

Lancha de Desembarque “LD4”
 
Hidroavião “Santa Cruz”
 

Mergulhador com escafandro e pertences
 

Paquete “Vera Cruz"
 
Navio-Patrulha NRP "Brava" P590
 

Navio-Patrulha de Alto-Mar NRP "Augusto Castilho"
 

Submarino Alemão U-139
 

Fragata F472 NRP "Almirante Pereira da Silva"
 
MODELOS DA ASSOCIAÇÃO DE FUZILEIROS:
 

Submarino NRP "Tridente"
 

Botes dos Fuzileiros

- Laurinda - Embarcação Típica do Tejo
 

Submarino NRP "Albacora"
 

LDG 101 NRP "Alfange"
 
MODELOS DA ASSOCIAÇÃO NAVAL SARILHENSE:

- Canoa de Pesca
- Varino
- Fragata
 
MODELOS DA ASSOCIAÇÃO DE MODELISMO DE ALMADA (associados e amigos):
 
Lancha Anfíbia LARC V - Pedro Grilo
 

Base Naval Imaginária - João José Ferreira Rodrigues Cancela
 

UAM 601 "Vigilante" - Rui M. R. Figueiredo


Corveta F476 NRP "Jacinto Cândido" - Rui M. R. Figueiredo
 
Lancha de Fiscalização Rápida P1150 NRP "Argos" - Rui M. R. Figueiredo
 

Navio-Escola NRP "Sagres" - Rui M. R. Figueiredo
 

SB2C-5 Helldiver - Hugo Miguel Baptista Cabral
 

Grumman G-44 Widgeon - Hugo Miguel Baptista Cabral
 

Helicóptero da EHM Lynx Mk95 (1/48) - Hugo Miguel Baptista Cabral
 

FBA Schreck – B/C - Luís Filipe da Cruz Inglês Areal
 
SA 330 – PUMA - Luís Filipe da Cruz Inglês Areal
 

Viatura anfíbia LVT-(A)1 AMTANK - Luís Carlos Amaral Laranjeira
 
Viatura anfíbia LVT-4 - Luís Ferreira
 

CHAIMITE V-200 "ARMADA 90" - Álvaro Augusto Dias de Melo
 

Lancha de desembarque LCM - Carlos José Heitor de Sá Gomes
 

Lancha de desembarque LCT-LSU - Rui Manuel Heitor de Sá Gomes
 

Lancha de desembarque LCM Mk.III - Rui Manuel Heitor de Sá Gomes
 

Submarino K-141 Kursk - Rui Manuel Heitor de Sá Gomes

Caravela Portuguesa - Helena Filipa Gonçalves Inglês Areal
Nau - Jorge António Oliveira da Silva Rocha              
 
          Cumpre mencionar que a Sala-Museu do Fuzileiro dispõe no seu espólio um diorama de uma viatura anfíbia LVT-4 oferecido pelo modelista e antigo Oficial da Reserva Marítima de 1968 - Eng. Álvaro de Melo.
 
LVT-4 parte do espólio da Sala-Museu do Fuzileiro (junto a porta de abater de LDM)    
 
Mais fotos da Exposição de Modelismo disponíveis no facebook da AMA:

AS MINAS MARÍTIMAS DE FUNDEAR "AZINHEIRA"

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          Na década de 50, onde funcionava o Serviço de Minas e Rocegas da Marinha nas Instalações da Azinheira, foram fabricadas em pequeno número minas marítimas anti-submarino de fundear com quatro hastes químicas de contacto e detonação iniciada electricamente.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mina marítima anti-submarino de fundear "AZINHEIRA" sem as hastes químicas de contacto

          Designadas por: "AZINHEIRA", eram baseadas no modelo de minas inglesas "VICKERS type H Mk VA" e, passiveis de serem lançáveis por navios equipados com calhas lança-minas (destaque para o Navio Lança-Minas NRP "Santa Maria" da classe "Faial" que as lançou em exercícios em Dezembro de 1957, Fevereiro de 1958 e Junho de 1962), sendo a sua recuperação era sempre efectuada com o apoio de Mergulhadores da Armada.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mina marítima anti-submarino de fundear "AZINHEIRA" com hastes químicas de contacto
 
          Em 1951, os Navios-Patrulha da classe "Faial", já antecedendo o fabrico deste tipo de mina marítima foram reclassificados de Draga-Minas e, apetrechados com equipamento de rocega mecânica aperfeiçoada para minas fundeadas, em 1956 com a entrada ao serviço de novos Draga-Minas com cascos de madeira, a classe ""Faial" foi novamente reclassificada de Caça-Minas.
 
 
Navio Lança-minas da classe "Faial"

          Estas minas marítimas de fundear foram fabricadas com o intuito de serem conjugadas com o Serviço de Redes e Barragens (redes de aço anti-submarino) na protecção de barras e canais de navegação nacionais contra submarinos hostis.
          Actualmente, já não fazendo parte do inventário de sistemas de armas - minas marítimas da marinha Portuguesa, após desactivação e retirada de material explosivo, encontram-se em exposição estática em diversas Unidades e Entidades da Armada. As presentes neste artigo estão na Escola de Mergulhadores e Escola de Fuzileiros.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mina marítima anti-submarino de fundear "AZINHEIRA" com hastes químicas de contacto
 
 

MERGULHADORES DA ARMADA DO SÉCULO XVI

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ACTUALIZADO

          Os relatos mais antigos sobre experiências de mergulho na Península Ibérica remontam a 1538, realizadas no Rio Tejo com recurso a equipamento subaquático que consistia numa câmara de mergulho em formato de sino (por regra eram fabricados em madeira, cobre ou bronze e aberto na parte inferior)  destinada a alojar Mergulhadores, que uma vez atingindo o subsolo marítimo, realizavam missões de exploração ou salvação marítima.






























Câmara de mergulho em formato de sino

           Antecedendo à Dinastia Filipina, a primeira referência histórica a actividades de mergulho militar de carácter ofensivo em Portugal remonta aos combates iniciais antes da Batalha de Alcântara, ocorrida em 25 de Agosto de 1580, na qual se menciona de modo apoteótico uma operação de sabotagem submarina por parte de elementos das forças de D. António de Portugal - Prior do Crato à Esquadra castelhana sob o comando de D. Álvaro de Bazán (66 Galés, 21 Naus e 09 Fragatas):
- "Nadadores portugueses, nadando debaixo de água, atacam navios espanhóis fundeados no Rio Tejo procurando danificar-lhes o casco".
          Presume-se que tal operação de sabotagem submarina tenha decorrido a seguir ao dia 12 de Agosto de 1580, quando a Esquadra castelhana se encontrava ancorada no limite do alcance de tiro da artilharia da Torre de Belém.
          De realçar no entanto que, observando o disposto no livro "Marinha Portuguesa - Nove séculos de história" do CMG Rodrigues Pereira e editado pela Comissão Cultural da Marinha, em 1184 quando o Rio Tejo foi invadido por uma Esquadra muçulmana oriunda da Andaluzia que bloqueou Lisboa por uns dias, entre a sua frota existia um navio de dimensões consideráveis que era apetrechado com uma torre para assaltar directamente as muralhas da cidade, designado "dromon" ou "dromunda".
          Sucede que durante a noite um arrojado lisboeta, cujo nome ficou ignorado na história, atacou o costado do navio provocando um rombo e respectivo afundamento. Na manhã do dia seguinte, quando os outros navios da frota andaluza se aperceberam do sucedido, bateram em retirada para o mar após umas razias nos arrabaldes da cidade sem quaisquer consequências.

MERGULHADORES DA ARMADA NO SÉCULO XIX

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          Em 1892, o Cte. da Canhoeira "Douro" - Cten António José Machado em missão em Angola, para verificar uma anomalia que o leme do navio aparentava ter e que impedia por vezes a máquina de arrancar a ré, desenvolveu um equipamento de mergulho improvisado similar a um escafandro, por forma a permitir ter uma melhor ideia do problema.
          Este dispositivo consistia num barril de quinto ao alto, sem tampa superior e com um lastro de grelhas de modo a manter a mantê-lo submerso, na boca do barril foi adaptada uma manga de lona, com arcos para manter a forma e com dois braços igualmente de lona.
          O operador ia no interior do barril com os braços enfiados nas mangas, sendo arriado por um aparelho montado na carangueja da mezena e tinha um estropo passado ao barril, em operação o topo da lona mantinha-se sempre acima do nível das águas do mar.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desenho ilustrado do escafandro improvisado
 
          Pelo ano de 1898, a Armada é dotada de um reduzido número de Mergulhadores, tratando-se de uma unidade sem carácter de força de combate, a sua instrução é ministrada na Escola Prática de Torpedos e Electricidade, instalada em 1902 em Vale do Zebro e sob dependência da Direcção de Material de Guerra da Marinha, funcionando neste local até ao ano de 1924, data em que a Escola é extinta e substituída pela Brigada de Mecânicos da Armada.
          A 28 de Dezembro de 1899 surge o 1.º documento legal relacionado com a actividade de Mergulhadores em Portugal, o Diploma Real promulgado pelo Rei D. Carlos I "O Diplomata" que cria o Regulamento da Escola e Serviço de Torpedos.
          Regulamento que estabelece no Curso de Torpedeiro 11 classes (disciplinas), sendo que a 8.ª versa sobre "Natação e Mergulhador", onde é administrada a instrução e utilização de Mergulhadores, tendo por principal desiderato a utilização dos mesmos no socorro de náufragos e salvação marítima.

UM MARUJO CHAMADO MENDONÇA

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          Artigo do jornal Expresso enviado pelo Almirante António Nunes da Silva sobre a comemoração do final da 2.ª Guerra Mundial.

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MERGULHADORES DA ARMADA NO INÍCIO DO SÉCULO XX

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          Pela Portaria de 29 de Novembro de 1905 os programas dos cursos da Escola de Torpedos e Electricidade são reorganizados, sendo frequentados por Oficiais, Sargentos artífices e Praças Torpedeiro-electricistas, cursos que englobam na sua "2.ª classe" a instrução de Mergulhadores. Em 1907 entram em vigor na Armada as tabelas e descompressão de "Haldane".
          A data de 26 de Setembro de 1910, é reportado na revista portuguesa "Revista Ilustração Portuguesa" a utilização de Mergulhadores da Marinha equipados com escafandro clássico semi-autónomo de circuito aberto "SIEBE GORMAN", numa missão de salvamento marítimo a bordo do navio "S. Gabriel".







































Mergulhador da Marinha equipado com escafandro clássico semi-autónomo de circuito aberto "SIEBE GORMAN"

          Com o advento do primeiro submersível português, o NRP "Espadarte" a 15 de Abril de 1913, surgem quase de imediato os primeiros aparelhos de mergulho autónomo de circuito fechado com 100% de O² respirável: "DAVIS" (Davis Submarine Escape Apparatus), com capacidade para cerca de 10 metros de profundidade, que na verdade era destinado à evacuação submarina de emergência da guarnição, marcando o início da Marinha de Guerra Portuguesa na área do mergulho militar ligeiro de intervenção.






































Mergulhador da Armada com equipamento "DAVIS" (Foto cedida por 1Sarg. US José Ferreira Marques)

          Pela Portaria de 23 de Outubro de 1913 surge o 1.º Regulamento que promulga as "Disposições relativas ao serviço de Mergulhadores da Armada".
          Em Abril de 1922, em virtude desde 1919 não se habilitar nenhuma Praça em Mergulhador, são actualizadas as gratificações a Mergulhadores estipuladas na Portaria de 23 de Outubro de 1913, sob proposta da Escola de Torpedos e Electricistas [Decreto n.º 3160 de 22 de Abril de 1922], o próprio decreto menciona:
- "Para promover a concorrência às escolas de Mergulhadores, que há três anos não habilitam pessoal algum por falta de Praças que desejem especializar-se".
          Observando o disposto na Regulamentação de 2 de Setembro de 1924, os Mergulhadores são inseridos na recém-criada Brigada de Mecânicos [Decreto de 1 de Setembro de 1924], responsável pela instrução de electricidade, radiotelegrafia, máquinas, torpedos e minas.
          Ainda na década de 1920, o Navio de Salvamento NRP "Patrão Lopes" emprega nas suas missões de Salvação Marítima Mergulhadores da Armada com escafandro clássico semi-autónomo de circuito aberto "SIEBE GORMAN"(ver artigo).























Equipamento de mergulho diverso na Sala-Museu da Escola de Mergulhadores

Artigo sobre o Navio de Salvamento NRP "Patrão Lopes":
http://barcoavista.blogspot.pt/2015/06/mergulhadores-da-armada-e-o-navio-de.html

MERGULHADORES DA ARMADA NA DÉCADA DE 30 E 40 DO SÉCULO XX

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          Em 1930, o Decreto n.º 18 344 de 17 de Maio, actualiza as remunerações especiais concedidas às Praças da Armada especializadas em Mergulhador, quando exercem qualquer serviço de mergulho, instrução ou execução.
          Tal decreto tinha também por finalidade aliciar o ingresso de Praças no concurso de extra-especialização em Mergulhador, em virtude de o mesmo ter ficado deserto anteriormente, quando aberto na Brigada de Mecânicos.
          O Decreto n.º 18 344 de 17 de Maio de 1930 é alterado pelo Decreto n.º 18 619 de 16 de Julho. Em complemento do decreto supracitado e pelos mesmos motivos, o Decreto n.º 18507 de 25 de Junho de 1930, reduz a altura e idade exigida ao pessoal concorrente ao concurso de extra-especialização em Mergulhador.
          A Portaria n.º 7395 de 3 de Agosto de 1932 aprova e coloca em execução na Armada as "Regras e sinais para o serviço de Mergulhadores".
          Em Agosto de 1947, em conjunto com a 3.ª Esquadrilha de Submarinos (classe "Neptuno"), são adquiridos à Inglaterra aparelhos de mergulho autónomo de circuito fechado com a utilização de 100% de O² respirável: "SIEBE GORMAN SALVUS" (10 metros de profundidade / fato de borracha com touca incorporada e máscara facial), para evacuação submarina de emergência da respectiva guarnição.
          Curiosamente, no entanto nos primeiros anos de serviço desta classe de submarinos, é optado superiormente que as guarnições destes submarinos continuem a utilizar o equipamento "DAVIS" para evacuação submarina de emergência.

Elementos da guarnição do submarino S160 NRP "Narval" em exercício de escape livre com equipamento "DAVIS" (Foto cedida por Cte. Alpoim Calvão)
 
          Está opção advém do facto de trata-se de um equipamento que também permite aos Mergulhadores da Armada Portuguesa empreender os primeiros treinos e exercícios de sabotagem submarina, nomeadamente atacando as obras vivas de navios. 
          Cumprindo-se o disposto no Decreto n.º 37 380 de 22 de Abril de 1949, é criado na "Direcção do Serviço de Submersíveis" uma "Secção de Mergulhadores e de Salvação", destinado à instrução de Mergulhadores e Mergulhadores-Guias.
          O ano de 1949 ficou marcado pelo facto da Armada contar somente com 08 Mergulhadores, tal situação deve-se fundamentalmente à parca remuneração concedida, esforço físico que o mergulho obriga e a falta de segurança dos equipamentos utilizados na época.
          Entretanto em Abril de 1949 é aprovado um Regulamento do Serviço de Mergulhadores da Armada [Portaria n.º 12 800 de 30 de Abril de 1949] que já prevê a instrução de mergulho a civis.
 

 Mergulhadores com fatos de mergulho em treino junto de submarinos da classe "Neptuno", a esquerda é possível observar o Navio de Apoio A5214 NRP "Medusa" (Foto cedida por Cte. Alpoim Calvão)

ANTIGAS VIATURAS DE COMUNICAÇÕES DOS FUZILEIROS: A "MIMOSA", A "ACÁCIA" E OS "OURIÇOS"

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          Em finais de 1974, o Sistema de Comunicações do CCF foi todo reestruturado¹, para se adequar às novas realidades operacionais e redefinição de novos objetivos devido à descolonização de África, tendo sido concebido um sistema que incluía um Centro de Comunicações e uma Sala de Operações com terminais dos equipamentos na Força de Fuzileiros e um Centro de Comunicações na Escola de Fuzileiros.
          Incluiu igualmente viaturas tácticas especiais, ligeiras e pesadas, adaptadas na Força de Fuzileiros do Continente, para desempenhar a função de centros móveis de C32  ao nível de Batalhão e respectivas subunidades.

A "MIMOSA"à saída da Força de Fuzileiros do Continente, actual Base de FZ's (Foto cedida por José Lança)






































A "ACÁCIA" já em estado de abate ao efectivo, nas instalações da Escola de FZ's (Foto enviada por Macedo Pimentel)
 
          Algumas dessas viaturas eram 02 camiões a diesel BEDFORD RL-Type3  de 4 toneladas4, recuperadas do Depósito de Inúteis e apetrechadas no SAO da FFC, por iniciativa dos Oficiais referidos.
          Os camiões tinham por indicativo radiotelegráfico "MIMOSA" (AP-09-31)  e “ACÁCIA” (AP-09-32)5, sendo operados por Telegrafistas e Sinaleiros dos Centros de Comunicações da Força de FZ’s e da Escola de FZ’s respectivamente.






































Telegrafista a operar equipamento na "MIMOSA" (Foto de Valdemar Pereira)
 
          Eram totalmente equipados para comunicações fixas e móveis VHF e HF, acrescido de entre outras coisas com ar condicionado, gerador próprio atrelado, luz fluorescente, antena que podia ser montada entre dois mastros integrantes no próprio veículo, telefones de campanha, máquina de cifra, aparelhos de teste, demodulador, medidor ondas estacionárias, voltímetro electrónico, indicador de distorção, amplificador de potência e duas teleimpressoras.

Esquema do interior do contentor metálico da "MIMOSA" (Imagem cedida por CATT)
 
          Cada camião transportava um contentor metálico, construído como "Gaiola de Faraday", estavam preparados para servir de posto fixo/móvel de apoio à componente terrestre em exercícios ou operações aero-navais, prestavam igualmente apoio logístico a Unidades de FZ's, a partir da BTE (Base Temporária de Estacionamento), no tocante à substituição de equipamentos, carregamento de baterias6, durante fases de manobra.


 
A "MIMOSA", podendo-se observar o seu contentor metálico (Imagem cedida por Comando da CATT)

          Outras viaturas, que serviam como Posto de Comando Móvel, sendo operados por FZC7, eram 02 jeeps LAND ROVER 1/2ton Lightweight Series III Soft Top (AP-18-638  e AP-20-893), ambos equipados com vários equipamentos que permitam os seus dois Fuzileiros operadores cobrir todas as bandas de comunicações, assegurando o exercício do Comando e Controlo ao Comandante:
- 01 Transreceptor emissor-receptor RACAL TX/RX TR-15 A3 HF, com unidade de sintomia automática A55, chave de morse, microfone e antena de chicote;
- 02 Transreceptor emissor-receptor RACAL TX/RX IRET AN/PRC 239-6X-1 VHF, com carregador CA-29, acumulador AL 18/1 em caixa CA-236, suporte de montagem 41942 do AA e antena chicote TDB 6074A;
- 02 Transreceptor emissor-receptor RACAL TR-28 B2 HF;
- 01 Sistema integrado de comunicações STORNO CQM612 VHF/FM de 10W10;
- Fonte de alimentação constituído por 02 baterias de 12V.






































"OURIÇO", podendo-se visualizar as antenas de chicote traseiras (Foto cedida por SAJ FZC Valter Tavares Raposeiro)
 
          Quando imóveis também podiam empregar um conjunto de antenas portáteis (dipolo ou fio suspenso) que aumentavam a sua capacidade e, que fruto do seu aspecto carregado de antenas flexíveis de fibra, tinham como indicativo de chamada "OURIÇO".
          Este modelo de jeep Land Rover, foi escolhido para viatura ligeira de comunicações, atendendo a circunstância de já possuir de fábrica, pré-instalações para fixar antenas e cabos interiores ao longo da carroçaria, sendo estes últimos inclusivo já posicionados de modo a evitar interferências entre as várias bandas devido à potência dos aparelhos e corresponderem aos requisitos definidos pela OTAN.

"OURIÇO" durante um desfile motorizado de Fuzileiros (Foto cedida por José Miragaia Tomás)
 
          Eram viaturas limitadas aos 1,500kg de peso total, por forma a se poder efectuar-se VERTREP com um helicóptero PUMA da FAP, motivo pelo qual obrigou a escolha de baterias dos aparelhos de comunicação aquando do seu apetrechamento.

"OURIÇO" entrando a bordo de um helicóptero Norte-americano CH-53 Sea Stallion durante o exercício "PHIBEX 87" (Foto enviada por Macedo Pimentel)
 
          De frisar que os “OURIÇOS” foram pioneiros no Corpo de Fuzileiros na implementação de um requisito da OTAN (STANAG), que consistia na pintura das viaturas com tinta de baixo índice de refratância, cujas características ajudavam a atenuar a silhueta nos sensores de vigilância de campo de batalha, mais tarde estendido a outras viaturas e as redes de camuflado miméticas.

"OURIÇO" no regresso de um exercício com o DAE (Foto 1SARG FZC João Martins)
 
          As capacidades de C3 da "MIMOSA" e do "OURIÇO" foram testadas pela 1ª vez em Setembro de 1975, durante uma missão no âmbito das Campanhas de Dinamização Cultural e Acção Cívica do MFA de apoio às populações, em Vila Nova de Milfontes e no Rio Mira, onde participaram as Chaimites AP-19-34 e AP-19-35 e a Companhia de FZ's n.º 13 que acampou no local durante uma semana.

A "MIMOSA" exercendo funções de Posto de Comunicações  Fixo em exercícios (Foto cedida por CCF)
 
          A “MIMOSA” e “OURIÇO” foram inicialmente atribuídas ao BF n.º 3, para efeitos de condução e manutenção da viatura, sendo que o camião funcionava como Posto de Comando, Controlo e Comunicações fixo, estabelecendo igualmente contacto com o Comando da FFC e, o jeep funcionava como Posto de Comando Móvel, assegurando as comunicações com as unidades em exercício / operações bem como com o Elemento de Apoio de Combate, como por exemplo as viaturas blindadas “Chaimite” e as Secções de Morteiros, e com o Elemento de Apoio de Serviços como por exemplo a secção de reabastecimento e a secção de transportes.

Oficial Superior FZ português apresentando a Oficial estrangeiro a "MIMOSA", notar o gerador próprio atrelado (Fotos cedidas por CCF)
 
1- Exclusivamente por Oficiais FZ e de Marinha com especialidade em Comunicações.
2- Comando, Controlo e Comunicações.
3- RL (Long Wheelbase).
4- Os dois camiões já tinham servido em África, um em Moçambique e outro em Angola no Luso, sendo que os seus equipamentos foram sendo actualizados ao longo do tempo.
5- A “Mimosa” entrou ao serviço em 26/08/1964 e a “Acácia” entrou ao serviço em 26/08/1964, ambas foram abatida em 1990.
6 - Daí o indicativo de alcunha “Mimosa”.
7- Fuzileiro com especialização em Comunicações “Tele-fuzo”.
8- Existiram em períodos diferentes, sendo que o 1.º era a gasolina e perdeu-se por acidente a bordo do Navio de Reabastecimento NRP “São Gabriel”, durante um VERTREP com um helicóptero PUMA da FAP, entrou ao serviço em 31/12/1974 e foi abatido em 01/10/1991.
9- O 2.º era a diesel e entrou ao serviço em 23/02/1979 e foi abatido a 20/03/1997.
10- Com caixa de comando CB602, altifalante CS602 e microtelefone MT602 (todos à prova de água), placa metálica de instalação, antena de chicote AN 2103 e alimentação a 24V.

MERGULHADORES DA ARMADA NA GUERRA COLONIAL: TO DE MOÇAMBIQUE

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          Durante a Guerra Colonial, no Teatro de Operações de Moçambique, os Mergulhadores da Armada estiveram destacados a nível de Secção no Navio de Apoio Logístico NRP "Sam Brás" e, na Vila de Augusto Cardoso (Base Naval de Metangula).






























Mergulhador-Sapador do Navio de Apoio Logístico NRP "Sam Brás" (Foto cedida por Cabo US Leite Veloso)

Mergulhadores-Sapadores da 1ª Secção destacada na Base Naval de Metangula no Lago Niassa (Foto de 1Ten US Rogério Domingues)
 
          A 21 de Novembro de 1969, foram aumentadas três Praças com especialização em Mergulhador-Sapador à guarnição do Navio de Apoio Logístico NRP "Sam Brás", quando este ainda se encontrava na doca seca de Rocha de Conde de Óbidos, formando a Equipa de Mergulho, chefiada pelo Oficial Chefe dos Serviços Gerais.
          Esta 1ª Secção de Mergulhadores-Sapadores prestou apoio à Capitânia de Porto Amélia e às docas secas da Capitânia do Porto de Lourenço Marques (actual Maputo) e à respectiva frota de rebocadores e dragas do Serviço de Dragagem da Marinha, procediam a missões de salvação marítima e vistoria às obras-vivas de navios mercantes, também efectuavam serviço de mergulho para os Caminhos de Ferro de Moçambique, entidade que geria todos os Portos e Águas que abasteciam as populações do interior.



































3.ª Secção de Mergulhadores-Sapadores do Navio de Apoio Logístico NRP "Sam Brás" em Porto Amélia (Foto cedida por SMOR US Armando Lobato)
 
          Em 1971, dois Mergulhadores-Sapadores deste navio procederam aos trabalhos de demolição (02 horas) das ruínas do Farol Vasconcellos e Sá, junto a Baía de Lourenço Marques (actual Maputo), por recurso a duas cargas dirigidas de 06 kg de dinamite.
          Esta Secção de Mergulhadores-Sapadores do Navio de Apoio Logístico NRP "Sam Brás" foi posteriormente rendida pelo mesmo número de elementos até 1975 (1.ª Secção 1969-1971, 2.ª Secção 1971-1973, 3.ª Secção 1973-1975).
         Ainda para Moçambique, a partir de 1968 foi destacada uma outra Secção de Mergulhadores-Sapadores (01 Sargento US, 01 Cabo US e 01 Marinheiro US) para a Vila de Augusto Cardoso (Base Naval de Metangula), de modo a garantir o apoio ao SAO e às unidades navais atribuídas ao Comando de Esquadrilhas de Lanchas do Lago Niassa (5 LFP, 4 LDM e 3 LDP).






































Mergulhador-Sapador da 1.ª Secção equipado com fato de mergulho seco USD e garrafas de ar comprimido (Foto de 1Ten US Rogério Domingues)

2.ª Secção de Mergulhadores-Sapadores destacada na Base Naval de Metangula equipada com equipamento de mergulho autónomo de circuito fechado CDBA "Corvo" (Foto cedida por SMOR US Lopes Almeida)
 
          Esta unidade de Mergulhadores-Sapadores destacada na Base Naval de Metangula foi seguidamente rendida pelo mesmo número de elementos de dois em dois anos (1.ª Secção 1968-1970, 2.ª Secção 1970-1972, 3.ª Secção 1972-1974).
          Destaque para a 1.ª e 2.ª Secção de Mergulhadores-Sapadores destacadas entre 1968 e 1972 na Base aval de Metangula, que procederam à construção da muralha de pedra solta do cais de atracação das lanchas atribuídas à Esquadrilhas de Lanchas do Lago Niassa.



















Mergulhador-Sapador da 1.ª Secção destacada em Metangula durante uma fase da construção da muralha de pedra solta do cais de atracação (Foto de 1Ten US Rogério Domingues)

Mergulhadores-Sapadores da 1.ª Secção destacada em Metangula a preparar cargas explosivas durante uma fase da construção da muralha de pedra solta do cais de atracação (Foto de 1Ten US Rogério Domingues)

Mergulhadores-Sapadores da 2.ª Secção destacada em Metangula durante os trabalhos de construção da muralha de pedra solta do cais de atracação (Foto de SMOR US Lopes Almeida)

Explosão subaquática de carga explosiva durante fase de construção da muralha de pedra solta do cais de atracação (Foto de SMOR US Lopes Almeida)

5.º ANIVERSÁRIO DA DELEGAÇÃO DE FUZILEIROS DO DOURO LITORAL

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NÚCLEO MUSEOLÓGICO DE VIATURAS ANTIGAS DA MARINHA

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ACTUALIZADO (com fotos de José Manuel Miragaia Tomás)

          A DT - Direcção de Transportes da Marinha de Guerra Portuguesa criou o designado "Núcleo Museológico de Viaturas Antigas da Marinha" em 01/10/2001, aquando da transferência para as novas instalações, contando com uma fabulosa colecção de 22 viaturas antigas que em tempos fizeram parte do efectivo activo da Armada.
          Actualmente participam em desfiles e concentrações de viaturas antigas, representando a Briosa, a par de eventos como o "Dia da Marinha" e "Dia da Unidade (da própria DT)", grande parte das viaturas estão homologadas pela CPAA e, todas têm a particularidade de se deslocarem sempre pelos próprios meios!
          A totalidade ou parte das viaturas já participaram nos seguintes eventos:
- Circuito de Viaturas Antigas OLT-DAS;
- "Dia da Marinha 2012";
- Em Maio de 2013 estiveram numa exposição na Quinta da Marialva - Corroios;
- Passeio de São Martinho 2014;
- A 28 de maio de 2014, as viaturas da marca Mercedes marcaram presença numa exposição do recém inaugurado Classic Center da Mercedes-Benz Portugal, Abrunheira - Sintra;
- No dia 20 de Setembro de 2014 estiveram presentes 09 viaturas no V Desfile “Veículos com História” organizado pela Comissão de Festas de N.ª Sr.ª do Cabo Espichel, de S. Pedro de Penaferrim - Sintra;
- Moda Lisboa 2015;
- Em Maio de 2015, estiveram no "Dia da Marinha".
          Futuramente vão marcar presença numa exposição estática a 04 de Julho no "Dia do Fuzileiro 2015".
 
As viaturas que compõe o "Núcleo Museológico de Viaturas Antigas da Marinha" são:
- AP-05-26 CHEVROLET ED LORDMASTER de 1948


          É uma viaturas com capacidade para 09 passageiros, com motor a gasolina de 3515cc de cilindrada e 90cv, caixa manual e tracção traseira.
          Na Marinha serviu como viatura de instrução de pesados de passageiros na Escola de Máquinas (Grupo nº 1 de Escolas da Armada), actualmente encontra-se em exposição permanente nas instalações da DT.
          Entrou ao serviço em 01/05/1948, no então G2EA - Grupo n.º 1 de Escolas da Armada e mais tarde na DT, com 35 anos foi abatida em 29/04/1983 e a musealização ocorreu em 2000.
          A sua produção começou em Maio de 1947, sendo as primeiras viaturas da marca GM do pós 2.ª Guerra Mundial, existiram vários modelos e eram considerados o topo de gama da marca.

- AP-35-90 MERCEDES-BENZ 190D de 1993.
           Viatura 05 passageiros equipada com um motor a gasóleo com 2497cc, caixa manual e tracção traseira, esta viatura de 05 lugares entrou ao serviço em 1993 e esteve atribuída ao Aquário Vasco da Gama e à DT para o transporte de Oficiais Generais, foi abatida em 2013 com 179.236km, foi um modelo produzido entre 1982 e 1993, sendo considerado o mais pequeno e compacto da marca.
 
- AP-20-97 DODGE WC5I de 1954.


          Designado pelas forças militares portuguesas durante a Guerra Colonial por "Jipão", trata-se de uma viatura Todo-o-Terreno de 08 passageiros, com tracção 4x4 e caixa manual, está equipada com um motor Chrysler T-214 a gasolina de 2302cc de cilindrada e 93cv.
          Entrou ao serviço em 01/01/1954 e esteve destacada do Comando da Defesa Marítima do Porto de Leixões até ser abatida a 07/02/2001. Apesar dos seus 47 anos de serviço tem somente 1960km!
          Este tipo de viatura foi muito utilizado durante a 2.ª Guerra Mundial pelo Exército Norte-americano e, pelo Exército Português durante a Guerra Colonial.
 
- AP-07-79 MERCEDES-BENZ 300 SL Automatic de 1961.

          É conhecido por Mercedes "carro de parada" ou "Adenauer" por ter sido o modelo de viatura que serviu o 1.º Chanceler da RFA Konrad Adenauer.
Esta viatura de 06 passageiros e tracção traseira, como o próprio nome indica tem caixa automática, possui um motor a gasolina de 2996cc de cilindrada e 180cv / 5500rpm.
          Entrou ao serviço em 04/01/1962 e esteve ao serviço do Gabinete do Ministro da Marinha, do Gabinete do Almirante CEMA, da BNL e da Direcção de Abastecimento e da DT, sendo utilizada para o transporte de Oficiais Generais, inclusive serviu o antigo Presidente da República Almirante Américo Thomaz enquanto Ministro da Marinha.
          Foi abatido ao serviço em Dezembro de 1980, após 53 anos de serviço e 72.355km percorridos, a 01/10/2001, quando a DT passou a ocupar as actuais instalações, esta viatura integrou o seu Núcleo Museológico.
 
- AP-07-34 JEEP WILLIS CJ 3B de 1961.

          É conhecido popularmente por "Willy's" e apresenta a configuração original do Jeep Willys da 2.ª Guerra Mundial, trata-se de uma viatura Todo-o-Terreno de 06 passageiros, com tracção 4x4 e caixa manual. Está equipada com um motor a gasolina de 2199cc de cilindrada.
          Na Marinha Portuguesa serviu como viatura de transporte de militares e esteve ao serviço do então G1EA - Grupo n.º 1 de Escolas da Armada e da Escola de Fuzileiros.
          Entrou ao serviço em 01/03/1961 e a musealização ocorreu em Novembro de 1991, após ter efectuado 43.362km.
 
- AP-10-90 MERCEDES-BENZ 300 SEL 3.5 de 1967.

          Equipada com um motor a gasolina de 06 cilindros em linha com 2996cc de cilindrada e 180cv / 3500rpm, caixa manual e tracção traseira, esta viatura de 05 passageiros entrou ao serviço em 29/03/1967 e esteve sempre atribuída à DT para o transporte de Oficiais Generais, percorreu 9.445 km, tendo apenas sido retirada ao efectivo da Marinha em Janeiro de 2000.
 
- AP-31-45 VOLKSWAGEN TRANSPORTER T2 EARLY BAY WINDOWS de 1969.

          Versão ambulância do vulgarmente conhecido “Pão de Forma”, como características principais realça-se o seu motor a gasolina refrigerado a ar com 1584cc de cilindrada e 46cv, lugar para 04 passageiros e 01 maca, caixa manual e tracção traseira.
          Entrou ao serviço em 11/06/1969 e foi abatida em Setembro de 2009, durante 40 anos e com 59.948km rodados foi usada para transporte de doentes ao serviço do Arsenal do Alfeite.
          De construção robusta monobloco (sem chassis), porta lateral de correr (uma inovação para a altura), beneficiava de boa visibilidade, excelente capacidade de manobra e uma facilidade de condução.
 
- AP-14-55 MERCEDES-BENZ 230 LONG Limousine de 1970.

          Como principais características realça-se o motor a gasolina de 2293cc de cilindrada, caixa manual de 04 velocidades e tracção traseira.
          Esta viatura de 09 passageiros esteve sempre atribuída à DT para o transporte de entidades VIP e Oficiais Generais, era considerado um marco na história da Mercedes-Benz e o modelo mais luxuoso e confortável, tendo sido produzido entre 1968 e 1976.
          Entrou ao serviço em Fevereiro de 1971, com 24.258km foi retirada do efectivo da Marinha no ano de 2000.
 
- AP-16-11 MERCEDES Unimog U411.115 de 1970.



          O Unimog 411 foi um modelo produzido com especificações do Exército Português, sendo alcunhado pelas forças militares portuguesas durante a Guerra Colonial por "Burro do Mato", devido ao seu pequeno tamanho e uso para os mais variados fins, sendo desprovido de qualquer tipo de luxo.
          É uma viatura Todo-o-Terreno de 02 passageiros equipada com um motor a gasóleo de 1767cc de cilindrada e 38cv, possui caixa manual e tracção 4x4.
          Entrou ao serviço em 18/02/1972 e foi abatida a 07/02/2011 com 25.000km efectuados, esteve ao serviço da Base de Fuzileiros e foi transferida para o Núcleo Museológico a 23/03/2011.
          Surgiu inicialmente como viatura civil da Mercedes em 1945 para trabalho agrícola e recebeu o nome de Unimog (UNIversal-MOtor-Gerät) em 1946.
 
- AP-18-49 VOLKSWAGEN BEETLE1302 S de 1974.

          Popularmente conhecido por Volkswagen “Carocha”, esta viatura 05 passageiros está equipada com um motor a gasolina de 1285cc de cilindrada e 44cv / 4100rpm, caixa manual e tracção traseira.
          Entrou ao serviço 01/02/1974, tendo sido utilizada para transporte de pessoal e instrução de ligeiros, esteve ao serviço da Escola de Fuzileiros e da DT, abatida com 17.110km efectuados foi destacada em 2001 para o Núcleo Museológico. 
 
- AP-21-11MERCEDES Unimog 416 de 1979.
          Esta viatura Todo-o-Terreno de 12 passageiros está equipada com um motor a gasóleo de 5675cc de cilindrada, possui caixa manual e tracção 4x4.
          Entrou ao serviço em 01/08/1979 e foi abatida a 07/02/2011 com 50.510km efectuados, esteve ao serviço da Base de Fuzileiros, foi transferida para o Núcleo Museológico em Março de 2011.

- AP-27-26 RENAULT 4GTL de 1987.

           Esta viatura ligeira misto de 05 passageiros está equipada com um motor a gasolina de 1108cc de cilindrada e 34cv / 4000rpm, caixa manual e tracção traseira.
          Entrou ao serviço 02/12/1987, tendo sido utilizada para transporte de pessoal e serviços administrativos no Arsenal do Alfeite, esteve destacada na Direcção do Serviço de Manutenção, abatida a 13/02/2003 com 16 anos e 160.000km percorridos, foi para o Núcleo Museológico em novembro de 2010.
          Foi modelo que surgiu em 1961 criado para substituir o 4cv "Joaninha" e competir com o Citroën 2cv, era considerado uma viatura original, funcional e revolucionária no seu tempo.

- AP-26 46 MERCEDES 240GD de 1985.

          Viatura táctica Todo-o-Terreno de 08 passageiros, com tracção 4x4 e caixa manual, está equipada com um motor a gasóleo de 2350cc de cilindrada e 72cv / 4400rpm.
          Fez parte dos meios da CATT - Companhia de Apoio de Transportes Tácticos do Corpo de Fuzileiros e efectuou serviços administrativos na Base de Fuzileiros.
          Entrou ao serviço em 25/09/1985, foi abatida a 03/02/2011 com 30 anos e 77.709km de serviço e, a musealização ocorreu em Dezembro de 2014.
 
- AP-19-99 INTERNACIONAL HARVESTER LOADSTAR 1700 4x4 de 1976.

          Está equipada com um motor a gasolina de 5700cc de cilindrada e 210cv, possui caixa manual e tracção 4x4.
          Tratando-se de uma viatura Auto-tanque, o seu principal papel na área da limitação de avarias destinava-se ao combate a incêndios.
          Entrou ao serviço em 01/01/1976 e foi abatida a 19/11/2002, com 26 anos de serviço e 21.000km percorridos, esteve ao serviço no depósito de munições NATO de Lisboa, foi transferida para o Núcleo Museológico a 02 de Abril de 2002.

- AP-28-73 MAGIRUS DEUTZ 178D 15 A JUPIPER 6x6 de 1959.

          Camião com motor multi-combustível (diesel, querosene, petróleo e gasolina) de 12667cc de cilindrada e 178cv / 2300rpm, possui caixa manual e tracção 6x6.
          Trata-se de uma viatura Auto-tanque de combate a incêndios de fabrico alemão, entrou ao serviço em 1959 no Arsenal do Alfeite.
          Foi desenvolvido especialmente para uso em aeródromos pelas FA's Alemãs e Polícia Federal Alemã, a cúpula no tecto da cabine era para observação, possui um canhão de água no tejadilho, com capacidade de projecção a 50 metros e um fluxo de água de 800 litros / minuto a 8 bar.

-AP-28-72 MERCEDES LG 315/46 de 1963.


          Camião com motor multi-combustível (diesel, querosene, petróleo e gasolina) de 8276cc de cilindrada e 145cv / 2100rpm, possui caixa manual e tracção 4x4.
          Trata-se de uma viatura Auto-tanque de combate a incêndios de fabrico alemão, entrou ao serviço em 1963 no Arsenal do Alfeite.
          Foi dos primeiros modelos de caminhões do pós 2.ª Guerra Mundial projetados especificamente para as FA's Alemãs, possui uma escotilha no tecto da cabine e as bombas tem capacidade de fluxo de água de 2400 litros / minuto a 8 bar.
 
- AP-02-00 Motociclo BMW R.50/5 de 1971.

          Motociclo de 02 passageiros com 02 cilindros e um motor a gasolina refrigerado a ar a 4 tempos de 494cc e 35cv / 6400rpm, caixa manual e tracção traseira, esteve ao serviço da Base Naval de Lisboa, Comando do Corpo de Fuzileiros e do então Grupo n.º 1 de Escolas da Armada e, foi utilizada na instrução de veículos ligeiros de duas rodas.
          Considerado um dos primeiros modelos de motociclos recreativos de produção modular, possuía garfo telescópico com amortecedores hidráulicos.
 
- AP-01-23 Scooter VESPA 150 de 1963.

          Famosa Scooter com um zumbido característico que lembra uma vespa, de apenas 01 passageiro com um motor a gasolina de 150cc, caixa manual e tracção traseira.
          Entrou ao serviço em 01/03/1963 como meio de transporte de correspondência e estafeta na Base Naval de Lisboa, ingressou o Núcleo Museológico em 2000. Era considerado um símbolo da liberdade e de esperança.

- AP-81-30 Motociclo FAMEL ZÜNDAPP KS SPORT 50 de 1988.
          Motociclo de 02 passageiro com um motor a gasolina de 50cc, caixa manual e tracção traseira. Entrou ao serviço em 1988 como meio de transporte de correspondência e estafeta na Delegação Marítima do Porto, foi transferida para o Núcleo Museológico em 2014.
          Célebre marca de fabrico nacional em Águeda, utilizava maioritariamente motores Zündapp produzido na Alemanha, ficou celebre a publicidade FAMEL - "Fogo a mota é linda!".

- AP-04-08 Motociclo SIS SACHS SAXONETTE MINOR GT de 1985.
          Motociclo de 01 passageiro com um motor a gasolina de 44cc, caixa manual e tracção traseira. Entrou ao serviço em 1985 como meio de transporte de correspondência e estafeta em S. Martinho do Porto, foi transferida para o Núcleo Museológico em 2013.
          Conhecida marca de fabrico nacional em Anadia, utiliza motores Sachs produzido na Alemanha.

- AP-80-52 Motociclo CASAL K182 de 1980.
          Motociclo de 02 passageiro com um motor a gasolina de 49.9cc, caixa manual e tracção traseira. Entrou ao serviço em 1980 como meio de transporte de correspondência e estafeta na Capitania do Porto de Setúbal, foi abatida em 10/09/2009 e a musealização ocorreu em 2014.
          Famosa marca de fabrico nacional em Aveiro.

- AP-81-56 Motociclo SACHS HÉRCULES 125 de 1983.



























          Motociclo de 02 passageiro com um motor a gasolina de 125cc, caixa manual e tracção traseira. Entrou ao serviço em 1983 como meio de transporte de correspondência e estafeta na Capitania do Porto de Peniche, foi abatida em 23/02/2000 e a musealização ocorreu no mesmo ano.

APRESENTAÇÃO DE LIVRO

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No próximo dia 17 de Abril (Domingo), entre as 14 e as 16 horas, será realizada a apresentação do livro "TRAIÇÃO - O Agente e a Professora" de José Lucena Pinto, na Quinta Wimmer - Belas (Sintra).
A Quinta Wimmer fica situada na Estrada Nacional 117 (ao km 10), a 100 metros dos conhecidos "Fofos de Belas", 500 metros depois da Igreja de Belas em direcção ao Sabugo. 

Trata-se de um livro com 300 páginas, o seu autor - José Lucena Pinto nasceu em Trás-os-Montes a 23 de Setembro de 1951, em 22 de Abril de 1968 com 16 anos de idade ingressou como voluntário nos Fuzileiros Especiais da Marinha de Guerra Portuguesa, tendo sido destacado para cumprir uma comissão de serviço em Moçambique no DFE - Destacamento de Fuzileiros Especiais n.º 9entre 1969-1971.
Posteriormente ingressou no serviço da DGS - Direcção-Geral de Segurança em Moçambique, como Agente na Brigada da DGS-Nampula, comandando um dos seus “Grupos de caça", unidades que tinham por missão efectuar a recolha de informações.
Actualmente é Delegado Comercial numa empresa de exportação / importação, é um dos sócios mais antigos (n.º 26) da Associação Nacional de Fuzileiros, fundada em 29 de Março de 1977.
Foi candidato pelo PNR à presidência da Câmara Municipal de Sintra com o lema “Sintra Mais Portuguesa” e à Assembleia de Freguesia de Rio de Mouro, nas eleições autárquicas de 29 de Setembro de 2013.

            O livro no dia da apresentação estará à venda por 15€ e poderá ser encomendado ao seu autor por:
- E-mail: ofuzo68@hotmail.com
- Telemóvel: 969 969 081
- Rede social facebook: https://pt-pt.facebook.com/pinto.lucena

            Os "Grupos de caça" da DGS existiram. Não era mais do que equipas de seis elementos, sendo um deles Agente, os outros elementos Agentes Auxiliares autóctones que, falavam perfeitamente as línguas das zonas onde os "grupos" actuavam.
As deslocações para as zonas de intervenção eram executadas em jeep Land Rover, algumas vezes integradas em MVL - Movimento Viaturas de Logística. Também por Heli Allouete III ou outros meios.
Os "Grupos de caça", eram fundamentalmente grupos de recolha de informações, estando muitas vezes oito dias em zonas de alto risco, camufladas dos olhares. Por vezes, havia contactos de fogo em que, tanto da parte do IN-Inimigo como dos "Grupos de caça" havia mortos e feridos. Uma homenagem aqui, ao primeiro mentor desses "Grupos de recolha de Informações " - Orlando Cristina.
O livro, destina-se a divulgar em tom romanceado, a história da Brigada da DGS-Nampula que, constituía os três "Grupos de caça". Desde o humor de situações caricatas, passando pelo amor de um Agente e uma Professora, a recolha de informações em zonas de 100% de risco e as operações, algumas clandestinas em países limítrofes a Moçambique.
Os Informadores a quem a DGS recorria, alguns em Embaixadas, foram de inestimável valor. Por fim, o livro aborda a traição política militar de que esses Agentes foram vítimas.

DIA DO COMPRPMISSO DOS RESERVISTAS COM OS CADETES DO MAR E DO EXÉRCITO

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